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Agro - Desafios e Oportunidades.


Como todo bom negócio, devemos cuidar para que continue crescendo e dando os frutos esperados. Estamos em um setor dinâmico, complexo e superavitário, que conhecemos seus riscos e histórico. O futuro depende muito de nossas atitudes como gestores.


Durante essa pandemia, tivemos muitas surpresas agradáveis no Agro. As pessoas, nossas lideranças, se mostraram à altura do negócio; a logística funcionou e está funcionando; o país não teve problemas maiores na distribuição de insumos e alimentos. Estamos passando uma mensagem muito positiva para o mercado interno: Segurança Alimentar. Dessa forma, cai por terra que somos um país que só produz para exportar e que não atende a contento nossa população: não faltaram alimentos em nossas gôndolas durante esta pandemia.

Além disso, cumprimos e estamos cumprindo nossos contratos de exportação. O mundo, de fato, pode contar conosco.


Somos um player forte, ambientalmente sustentável; mais de 20% de cada fazenda é formada por reserva florestal nativa; produzimos alimentos, fibras e energia com uma eficiência ímpar; usamos nossa tecnologia de agricultura tropical; pesquisamos forte; temos crédito no mundo financeiro; e o principal, os trabalhadores da agricultura podem contar com seus empregos, mesmo nessa época de exceção.


Então está tudo certo , somos o celeiro do mundo e ele depende de nós para sobreviver, logo, não há muito a ser feito, não é mesmo? Não é bem assim... Pois aí estão os desafios de quem era pequeno, cresceu e continua crescendo, e passa a incomodar outros players já estabelecidos há mais tempo no cenário internacional, que, em geral, estão tendo problemas para competir conosco, pois o mercado não está disposto a pagar pela ineficiência produtiva deles; sendo assim, o jogo passa a ser mais duro.


Não podemos cometer erros básicos, como os atuais: problemas políticos, ambientais e sanitários nos chegam a todo momento, sem que estejamos preparados para isso. Carecemos de melhorar e adequar nossa comunicação para os diferentes públicos externos, a exemplo da Europa , mais exigente, com quem podemos trabalhar com maior valor agregado; da Ásia, que compra nossas commodities e da América Latina, que compra de ambas as formas. Temos ainda o público interno, que por ser massacrado com informações nem sempre compatíveis com a realidade do Agro, não o qualifica adequadamente. O grande desafio está aí, temos que trabalhar num plano de comunicação interna e externa, envolver as lideranças, os sindicatos rurais, todos os entes devem ser chamados para tal, ou seja, os mais diversos setores do agronegócio (Antes, Dentro e Depois da porteira). Se não dissermos quem somos, o que fazemos, o que conquistamos, qualquer um vai dizer o que quiser, pois estamos deixando espaço para tal. Infelizmente, é o que vem acontecendo.


Temos assistido muita gente boa falar, ex-ministros da Agricultura, diretores de bancos, professores de Economia e de Agrárias, presidentes de Associações de Produtores, autoridades no assunto , ou seja, o diagnóstico está pronto, mas urge uma ação de efetividade maior. É preciso ser identificado como o país que mais preserva e produz no mundo, e temos um real potencial de aumento de produção e produtividade, sem colocar em risco nossa vasta biodiversidade. Comunicar isso é imprescindível para que nossa liderança seja consolidada.

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