Muito se tem falado da Indústria 4.0 ou quarta revolução industrial, mas como podemos trazer esses conceitos para um laticínio hoje? Aplicando-a e gerando resultado? Nesse artigo, busco responder essas perguntas e compartilhar um pouco mais da visão que temos sobre o assunto.
O termo indústria 4.0 surgiu em 2011 na Alemanha, como resultado de um projeto unindo empresas, universidades e governo. O contexto era o de modernizar e melhorar a indústria local, informatizando-a e utilizando a crescente tecnologia disponível no momento.
De acordo com relatório apresentado pelo Boston Consulting Group (BCG) são dez as tecnologias aplicadas a Indústria 4.0:
10 técnicas aplicadas a Indústria 4.0
Robôs Inteligentes, capazes de interagir com outras máquinas e com os seres humanos, atuando de maneira mais flexível e colaborativa;
Manufatura Aditiva e Híbrida, permitindo a produção através de impressoras 3D;
Simulação Virtual, esta etapa permite que os processos e produtos sejam testados e ensaiados durante a fase de concepção, reduzindo custos com falhas e o tempo de projeto;
Integração Horizontal e Vertical dos Sistemas, sistemas ERP, MES, SAP que integram toda a cadeia de valor produtiva, por meio da análise e tomada de decisão de dados;
Internet das Coisas, permite conectividade entre os diversos dispositivos flexibilizando o acesso e controle em todo o processo produtivo;
Big Data & Analytics, sistemas inteligentes que identificam falhas nos processos, melhorando a qualidade da produção em tempo real, economizando energia e melhorando a eficiência na utilização de todos os recursos produtivos;
Cloud Computing, acesso ao banco de dados e suporte de qualquer local do planeta, permitindo a integração de sistemas e plantas em locais distintos, mesmo que distantes fisicamente, da mesma forma o controle e o suporte podem ser efetuados de maneira global;
Segurança Cibernética, sistemas de comunicação cada vez mais seguros e evoluídos garantindo o “accountability” do processo de produção (Fazer Certo a Primeira Vez, todas as Vezes);
Realidade Aumentada, Suporte que permite que o usuário atue dentro dos sistemas ciber-físicos (CPS) com uma visão e tutoria assertiva indicando passo a passo todas as instruções e comandos necessários para um reparo, ou uma nova parametrização do processo. Com a indústria 4.0 haverá um aumento de produtividade e redução de custos nos processos fabris, melhor utilização dos recursos e economia de energia, sendo, portanto, um sistema para auxiliar no desenvolvimento sustentável.
Ética, Princípios universais, ações que acreditamos e não mudam independentemente do lugar onde estamos. Assim, é comum que atualmente a ética seja definida como a “área que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades humanas.” Para a indústria 4.0 a ética é de fundamental importância na transparência dos negócios, na cultura entre as empresas e na formulação dos preços das consultorias.
É importante enfatizar que por mais que essa revolução se baseia em tecnologia, o seu propósito está em resolver problemas, melhorar a eficiência e evoluir as empresas! Interpretando-a como uma evolução dos sistemas produtivos industrias, podemos listar alguns benefícios previstos e já estudados como:
Aumento de visibilidade na cadeia de fornecimento por meio da rastreabilidade, aumentando o controle e segurança dos alimentos;
Máxima performance ao utilizar todo o conhecimento do processo produtivo (dados de produção) e eliminando a centralização da informação em pessoas;
Aprimoramento da gestão de indicadores;
Acesso as informações em tempo real e em qualquer lugar, gerando maior agilidade nas tomadas de decisão;
Mas como fazer com que os laticínios cheguem nestes ganhos sem grandes investimentos? Vamos analisar o contexto atual. Hoje os laticínios sofrem uma exigência do SIF para medir e apresentar as informações do processo produtivo. As grandes redes, fazem auditórias para certificar se a empresa tem um controle eficiente do processo produtivo e, por fim, temos um consumidor cada vez mais exigente e preocupado com a origem dos produtos. Isso tudo faz com que os laticínios gerem muitas informações.
O problema é a forma de armazena-las. Hoje grande parte dessas informações se encontram em fichas de papel e arquivos de Excel. Se gasta mais tempo organizando essas informações que as analisando.
Como começamos a utilizar os conceitos da indústria 4.0 para de chegar nos benefícios comentados acima?
Vamos destacar 3 pilares tecnológicos apresentado acima: Integração Horizontal e Vertical de Sistemas, Big Data e Analytics e Cloud Computing (itens 4, 6 e 7). Muitos laticínios já possuem essas tecnologias no seu dia a dia, e os que não possuem, conseguem investir pouco e ter o retorno desse investimento para aplicar essas tecnologias.
Neste contexto, vamos pegar como exemplo o trabalho que a IHM Stefanini faz em conjunto com a Infinite Consultores e apresentar o iTrack: Sistema de Rastreabilidade e Análise de Produção, um sistema onde todas as informações são coletadas, organizadas e apresentadas de uma forma estruturada para a tomada de decisões baseadas em dados.
Fluxo de trabalho do sistema:
Entrada das informações da análise de leite cru (balão de estocagem);
Criação dos lotes definindo qual leite/soro ou lote de produto foi utilizado como matéria prima e suas quantidades;
Seleção de ingredientes e fermentos utilizados na fabricação e suas quantidades (preparação de ingredientes no laboratório);
Análises físico-químicas e microbiológicas do produto;
Lançamento das etapas de fabricação e as variáveis acompanhadas no processo produtivo;
Lançamento das perdas diários e por lote;
Embalagem;
Expedição;
Troca;
Todo as etapas e variáveis a serem preenchidas são criadas de acordo com o fluxo real da planta, sendo facilmente adaptável a mudanças e/ou novos produtos e fluxos de produção. Esses lançamentos fazem com que a ferramenta tenha informações muito importantes do processo, ao centraliza-las e organiza-las, temos os seguintes relatórios:
*Relatório de Rendimento: Cada barra representa o rendimento médio do dia
Não conformidades: como cadastramos um POP para cada produto, o sistema gera as não conformidades do processo automaticamente
Rastreabilidade ascendente: Identificação de todos os ingredientes e fermentos utilizados para um lote. Isso gera agilidade e confiabilidade no processo de Recall
Projeção de Embalagens: O sistema sabe a data de maturação de um produto, assim que ele é fabricado, o sistema faz uma projeção de quando ele será embalado
Perdas do processo: Monitoramento das perdas em tempo real e identificação de pontos de melhoria
Pré-requisitos para utilizar o sistema:
O sistema roda na nuvem AWS da Amazon. Assim não precisa de nenhuma máquina ou servidor dedicado para a aplicação. A única coisa necessária é um tablete, computador ou celular com acesso à internet.
Sistemas como o iTrack, fazem a digitalização de tudo que acontece na planta. É um sistema totalmente integrável com sistemas do mercado como Magistech, Milk’s Rota e SAP. Isso faz com que os laticínios entrem de vez na era das Indústrias 4.0, fazendo com que se destaquem no mercado e obtenham vantagens competitivas.
Sobre os ganhos que a ferramenta pode gerar estão:
Pontos mensuráveis de ganho a curto prazo:
Diminuição da variabilidade do rendimento. Uma melhora de 2% do rendimento gera um aumento de receita de 24 mil ao mês (laticínios de 30 mil, preço médio 13 kg)
Diminuição de perdas do processo;
Pontos de difícil mensuração mas que possuem valor para o negócio:
Aumentar qualidade e repetibilidade dos produtos;
Diminuição de não conformidades;
Rastreabilidade Ascendente - Identificação de todos os lotes/produtos/marca que foram utilizados para produzir um produto;
Basear as decisões orientadas à dados;
Embasar processo de recall;
Acesso em tempo real e em qualquer lugar;
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A Infinite oferece diversos serviços que vão auxiliar você e sua Indústria se atualizarem com as tendências de mercado. Vamos conversar?
*Texto escrito com exclusividade pelo Parceiro Infinite, IHM.
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